Tudo começa no exato momento em que o Absoluto mostra-se como único, e tem início
todo um ciclo que, dentro do processo evolutivo kabalístico, acontece através dos Números e das Letras, que são alicerces
sagrados da Criação do Universo e do Homem No pseudovazio TOHU-VOHU manifesta-se o Princípio, formado pela contração
(TZIM) e pela expansão (TZUM), os dois primeiros planos ou as três luzes do Começo, denominadas Zahzahoth, e que são: TZIM
(o Ponto, que representa AIN), TZUM (a expansão, que representa AIN SOPH) e AIN SOPH AUR, que representa o "Faça-se a Luz"
das Escrituras. Esses três planos Primordiais, que marcam a passagem do Absoluto para o Relativo (UM) em mais uma
recriação, como dizem os rabinos, estão ligados aos três primeiros Sephiroth do Triângulo Divino, já dentro da manifestação
do Relativo (a Criação acontecida). Ou seja, enquanto os três planos iniciais, ou Zahzahoth, trabalham no plano Pensamento
da Divindade, os três primeiros sephiroth trabalham no plano Imaginação, enquanto que o 4°, o 5° e o 6° sephiroth atuam no plano
Verbal, e o 7°, o 8°, o 9° e o 10° no plano Material. Portanto, tudo tem início no Ponto. O Começo é explicado do
seguinte modo: o Absoluto é totalmente desconhecido, e por isso não pode ser explicado, apenas sentido. Antes de qualquer
Criação, já que o Absoluto é sempre recriador, existe um pseudovazio - Tohu-Vohu - que vem a ser o CAOS (nome dado ao deus
grego), que tem origem em KAOS, ou KA-OS (espírito desconhecido ou energia em desordem). Tohu-Vohu não quer dizer vazio
no sentido exato do seu significado, mas "algo que não conhecemos", pois o que pensamos ser o vazio é composto ainda de infinitas
partículas. Partindo da Sua onipresença, a Divindade aciona Seu Pensamento, que atua no ponto escolhido pela Vontade
Absoluta e, imediatamente, dá início ao processo de movimentação daquelas partículas que se agrupam segundo um ritmo de reflexão
do mesmo Pensamento Divino, e provocam o que denominamos contração (TZIM), formando geometricamente o Ponto. Nesse momento
é que o Absoluto começa a tornar-se o Recriador - ou seja, o Relativo. Logo após a contração (TZIM), inicia-se a
segunda fase da Criação, a que chamaríamos de expansão (TZUM). Nesse momento, o Ponto se desfaz, espalhando-se para todos
os lados (Onipresença) em infinitas miríades de reflexos de si mesmo e levando, através da explosão, o Grande Som Divino
- o Seu Santo Nome, o Som Primordial, que na Geometria Sagrada é simbolizado pela espiral, que tanto gira para o lado esquerdo,
quanto para o direito - para formar a Onisciência (direcionando a antimatéria) e a Onipotência (criando a matéria).
|